segunda-feira, 13 de junho de 2011

A QUE EXTREMO EU CHEGARIA POR AMOR?

    A pergunta não nasceu espontaneamente... Na realidade, foi um parto intelectual de várias horas.

         Ontem assisti a um filme, de produção indiana, chamado “Eutanásia”, sobre um famoso mágico que fica tetraplégico em um acidente durante uma apresentação e que, após 14 anos, decide solicitar o direito à eutanásia.
         O enredo se desenvolve sob o ponto de vista de diferentes pessoas: da advogada e amiga do paciente, de seu médico, de sua enfermeira, de um aprendiz, do promotor, do juiz, do povo, de paraplégicos, de sua mãe e de si mesmo.
         Não é uma história fácil de desenvolver, pois envolve muitas questões pessoais, morais, culturais, políticas, econômicas e religiosas. Porém, durante o desenrolar da trama pode-se, ou não, mudar conceitos sobre o assunto.
Não é fácil viver, nem tampouco é fácil morrer. É preciso muita coragem para ambas as coisas. De quem é o direito de decidir sobre isso?
O paciente é o ponto central do filme, e apesar de sua imobilidade e dependência dos demais, todos os outros personagens dependem (de alguma maneira) da presença do mesmo. A advogada e melhor amiga, o médico e amigo, a enfermeira apaixonada por ele, o aprendiz que depende de suas instruções, a mãe que ele mantém afastada de si.
Cada qual com uma opinião sobre o assunto, lutando entre seus desejos pessoais e seus conceitos do que é melhor para o paciente. Cada qual tentando entender o desejo do paciente por uma morte “misericordiosa”.
Esse foi o tema que despertou meus pensamentos sobre a que extremos eu seria capaz de chegar por amor.
E hoje de manhã, para completar o assunto, recebi uma mensagem sobre dois velhinhos que sofrem queimaduras em um incêndio. A mulher ficou desfigurada e o homem resolve se fingir de cego para que ela não se sentisse mal pela desfiguração sofrida.
Eu já escolhi vários extremos (dentro dos meus conceitos de extremos), porém nenhum que exigisse tamanho desprendimento ou um amor tão grande a ponto de abrir mão TOTALMENTE de mim, para que o outro seja feliz.
Não sei a que ponto chegaria por amor... Não sei se seria capaz de ajudar alguém que eu amo a morrer... Não sei se seria capaz de me fingir cega por 20 anos...
Afinal, existe alguém capaz de determinar sobre si mesmo, a qual extremo chegaria por amor? 

(Lourdes Cano)

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