quinta-feira, 9 de junho de 2011

SOBRE A NORMALIDADE



“Existem bilhões de pessoas no planeta e muitos tipos de personalidades diferentes. Algumas são introvertidas, outras extrovertidas. Algumas se guiam pela lógica e outras pelos sentimentos. Em um mundo com tanta diversidade, como aprendemos a lidar com os aqueles que são diferentes? E como aprendemos a entender e aceitar quem nós somos?
(Carl Gustav Jung)

        A cada dia mais me pergunto mais e mais, quem foi que inventou ou instituiu a idéia de quem é normal ou não?
       Quais são os conceitos utilizados para classificar este ou aquele comportamento? 
      Como determinar uma verdade única e irrefutável? 
    Como fazer a humanidade inteira caber dentro de uma fórmula única e imutável?
        Há personagens históricos que nos parecem loucos, mas que, em sua própria época eram tidos como pessoas sábias. Há outros que nos parecem sábios e eram encarados como loucos. Como determinar qual é a noção correta de normalidade?
       O nosso maior problema é que julgamos rapidamente, precisamos classificar as pessoas para então permitir-lhes o acesso ao nosso convívio. Mas, que sabedoria divina nos inspira a rotular os outros?
        Em geral, classificamos e rotulamos as pessoas logo no primeiro olhar, e depois relutamos muito em mudar nossa opinião. Talvez seja pura arrogância, o medo de reconhecer que se estava equivocado. Daí então, nos prendemos fervorosamente à idéia de que somos sábios e perfeitos....
        Ledo engano... Não somos capazes de olhar para dentro de nós e nos arriscarmos a nos conhecer verdadeiramente; e ainda assim, nos julgamos no direito de pensar conhecer o outro.
        Montamos nossos Franksteins particulares... Juntamos pedaços de pessoas que passaram por nossas vidas e vamos adicionando-as aos nossos monstros particulares.
      A cada pessoa que encontramos, vamos adicionando as partes das pessoas que já passaram por nós... Este tem os mesmos olhos do Fulano, tem a risada de Ciclana, o jeito de andar de Beltrano... E o monstro vai sendo construído...
        E depois de construirmos o monstro, olhamos para ele e dizemos: essa pessoa não é normal... 
        A criatura não é normal, porém tampouco o criador o é....

(Lourdes Cano)

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