“Existem bilhões de pessoas no planeta e muitos tipos de personalidades diferentes. Algumas são introvertidas, outras extrovertidas. Algumas se guiam pela lógica e outras pelos sentimentos. Em um mundo com tanta diversidade, como aprendemos a lidar com os aqueles que são diferentes? E como aprendemos a entender e aceitar quem nós somos?”
(Carl Gustav Jung)
A cada dia mais me pergunto mais e mais, quem foi que inventou ou instituiu a idéia de quem é normal ou não?
Quais são os conceitos utilizados para classificar este ou aquele comportamento?
Como determinar uma verdade única e irrefutável?
Como fazer a humanidade inteira caber dentro de uma fórmula única e imutável?
Há personagens históricos que nos parecem loucos, mas que, em sua própria época eram tidos como pessoas sábias. Há outros que nos parecem sábios e eram encarados como loucos. Como determinar qual é a noção correta de normalidade?
O nosso maior problema é que julgamos rapidamente, precisamos classificar as pessoas para então permitir-lhes o acesso ao nosso convívio. Mas, que sabedoria divina nos inspira a rotular os outros?
Em geral, classificamos e rotulamos as pessoas logo no primeiro olhar, e depois relutamos muito em mudar nossa opinião. Talvez seja pura arrogância, o medo de reconhecer que se estava equivocado. Daí então, nos prendemos fervorosamente à idéia de que somos sábios e perfeitos....
Ledo engano... Não somos capazes de olhar para dentro de nós e nos arriscarmos a nos conhecer verdadeiramente; e ainda assim, nos julgamos no direito de pensar conhecer o outro.
Montamos nossos Franksteins particulares... Juntamos pedaços de pessoas que passaram por nossas vidas e vamos adicionando-as aos nossos monstros particulares.
A cada pessoa que encontramos, vamos adicionando as partes das pessoas que já passaram por nós... Este tem os mesmos olhos do Fulano, tem a risada de Ciclana, o jeito de andar de Beltrano... E o monstro vai sendo construído...
E depois de construirmos o monstro, olhamos para ele e dizemos: essa pessoa não é normal...
A criatura não é normal, porém tampouco o criador o é....
(Lourdes Cano)
(Lourdes Cano)
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