quarta-feira, 4 de maio de 2011

ERA UMA VEZ....

          
          Era uma vez...
          Talvez a nossa vida devesse começar como no conto de fadas...
          Era uma vez, uma criança que nasceu de um ato de amor entre seus pais. A criança nasceu perfeita dentro de suas limitações e viveu feliz até adquirir a noção de que o mundo esperava que ela fosse exatamente igual a todas as outras crianças.
          Mas, quem é que define o que é normal?
          Aliás, quem é NORMAL? Eu sou normal dentro dos meus próprios conceitos, quem pode dizer que serei normal se for analisada por meio de parâmetros científicos ou pessoais de outras pessoas?
          Basta crescermos um pouco e a cobrança começa: por quê você não é igual aos seus irmãos? Aos seus primos? Aos seus vizinhos? Aos seus amigos?
          Peraí... Como é que um único ser humano poderia ser igual a tanta gente que é basicamente diferente?
          E quanto mais crescemos, mais nos exigem que sejamos iguais aos outros.  Se sou solteira, devo me inspirar nas minhas amigas que já são casadas:-Nossa... por quê você não é igual à Maria, à Joana, à Cristina que já casaram? Por quê você tinha que ser diferente das suas amigas?
          Se sou casada, devo exigir que meu marido seja igual ao marido de outra... O seu marido leva as crianças na escola? Você viu o marido da Cláudia? Ele contratou uma babá pros filhos deles e agora a Cláudia vive no salão... E o seu marido? Pelo menos busca as crianças na escola?
          No seu trabalho, sempre você é comparado com alguém... Sempre o trabalho dos outros é superior... Por quê perdemos tanto tempo fazendo comparações se vivemos a vida inteira tentando sermos originais e únicos? Por quê nos conformamos em ser cópias?
          O nome das pessoas neste texto foram todos escolhidos ao acaso, porque com certeza, as Maria, Joanas, Cristinas e Cláudias devem ter suas próprias lutas para se afirmarem como pessoas individuais e originais. Poucas conseguem...
          E nem se iluda achando que se fosse homem seria melhor... Eles também têm seu quinhão de exigências: seja homem, não chore, não demonstre seus sentimentos, seja duro, você tem que ter coragem... Além das mais banais: por quê você precisa assistir TODOS os jogos de futebol? Quando vai casar? Quando vai ter filhos? Estava com quem? Aonde? Falaram sobre o quê?
          É... Não é fácil... Não basta ser um ser humano, a gente precisa ser SUPER HUMANO!

(Lourdes Cano)

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