quarta-feira, 4 de maio de 2011

CONSTRUINDO

          Eu me interesso por quase tudo e por quase nada... 
          Leio todas as notícias que parecem interessantes. Algumas se revelam realmente interessantes, outras são pura decepção. Leio desde gibi até livro técnico...
          Gosto de apreender novas informações. Sei, por exemplo, que na cidade de Detroit há uma competição entre duas lanchonetes (fundadas por dois irmãos imigrantes gregos) para saber quem produz o melhor cachorro-quente. Esse hot-dog tem um toque especial: além do pão e da salsicha, ainda conta com chilli, mostarda e cebola. Essa maravilha é chamada de Convey Island e as lanchonetes lutam para ter o posto de ter o Melhor Convey Island de Detroit. Quanta cultura...
          Gosto de ler, não importa o assunto. Sou capaz de ler bula de remédio por falta de algo mais interessante para fazer. Quando estou à toa, qualquer paixão me diverte...
          Sou curiosa por natureza, gosto de saber como as coisas funcionam. Gosto de aprender... Pouco importa se o que aprendi venha a se revelar uma inutilidade, o que me importa é saber um pouco sobre tudo. 

          Hoje li uma notícia sobre um filhote de elefante morto que foi encontrado sobre uma árvore no Sri Lanka devido à enchente de um rio local que subiu 5,5 metros acima do seu leito normal. Pra que vai servir essa informação? Não tenho a mínima idéia... Mas, caso eu resolva ir ao Sri Lanka, tratarei de levar uma bóia ou um colete salva vidas. Afinal, nunca se sabe...
          Tudo que aprendo serve de material de construção para quem eu sou. Uma situação dura serve de alicerce, de parede, de piso ou de laje... As situações mais brandas servem de porta, janela ou acabamento. Sou uma pessoa construindo o seu presente conforme os materiais que a vida lhe apresenta.
          Às vezes me construo com material de demolição, outras com materiais seminovos e até com material novinho em folha. Por vezes minhas estruturas são frágeis... Em outras sofro para quebrar estruturas que viraram rochas.
          Não tente me entender, pois não sou um livro. Não tenho páginas, capítulos, subtítulos nem notas no rodapé...
          Não tente me seguir, porque eu estou perdida e a muito tempo não possuo mapas, bússolas ou GPS...
          Não tente me imitar porque eu também não sei o que fazer.

(Lourdes Cano)

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