quarta-feira, 4 de maio de 2011

ATRAÇÃO



Por muito tempo eu acreditei que o que me fazia apaixonar por um homem era a sua  inteligência... Eu ficava encantada com homens que eram capazes de desenvolver fórmulas e teses a respeito da vida e das coisas...  

Daí, eu descobri que não era bem isso que me atraía... Ou talvez, não fosse só isso...
De que adianta um super gênio que se irrite com as situações mais corriqueiras, como um engarrafamento? Um perito em Química que explode ao menor problema? Um psiquiatra que não consiga rir das suas próprias mancadas ou das bobagens que um ser humano normal apronta durante o dia?
Aí imaginei que talvez fosse o bom humor que me atraísse.... Mas, é um inferno viver com quem faz piada de tudo tanto quanto com uma pessoa que não vê graça em nada....
Eu acho maravilhoso estar com alguém que não se comporta como se o mundo fosse um monstro enorme que está sempre disposto a devorá-lo.... Alguém que consegue passar pela vida sem que seus fantasmas fiquem arrastando suas correntes por todos os lados... Alguém que ache graça nas coisas mais improváveis, só que na medida certa. Alguém que consiga achar alegria escondida sob os escombros das horas tristes, alguém que me escute e me diga coisas que confortem a minha alma.
        Então imaginei que além da inteligência e do bom humor, o que me atraía também era a sensibilidade... Aquela atenção dispensada às informações aparentemente banais, alguém que não perca o humor ou que fique arredio ou emburrado por causa das minhas oscilações de humor...
        Eu tenho a personalidade forte e preciso de alguém que me traga de volta quando eu insistir em passar dos limites, que me demonstre seu desagrado quando eu exigir demais e oferecer de menos... 
Preciso de alguém que cuide de mim, sem querer ser meu dono... 
O essencial para que eu ame alguém, percebi, é notar no outro a vontade de ficar quando tudo colaborar para ir embora... O desejo de estar comigo mesmo quando EU não quero estar....  
Talvez sejam exigências demais para um ser humano comum e normal... 
        É por isso, que eu chamo o meu amado de Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, Fada dos Dentes... Porque, em muitas ocasiões, ele é irreal demais, até mesmo para uma pessoa imaginativa, como eu penso que sou. 
        Amá-lo é fácil demais: ele é bonito (aos meus olhos), é inteligente (no meu entender), é bem humorado (exceto quando está de mau humor), é sensível (às vezes um pouco além do que eu desejaria) e tem uma personalidade fortíssima.  
O mais difícil da nossa relação é lidar com a minha racionalidade que a todo instante me lembra que não há ninguém tão perfeito assim.
(Lourdes Cano - baseado em um artigo de revista que não consigo localizar a autoria)

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